O que é (e o que foi) para mim o Colégio
Num dia que me parece bem distante, mas que marcou profundamente a minha memória e a minha vida, transpus pela primeira vez o já tão familiar portão verde-escuro que todos nós conhecemos e estimamos. Foi a primeira vez que o Colégio violou a minha alma de criança ingénua. E, por mais inverosímil que pareça, nesse dia chorei. Não sei bem porquê, mas a verdade é que chorei.
Não sei se por me ver isolado no meio do que considerava uma imensidão maior do que o próprio Universo, não sei se por pensar nos problemas que se me deparavam, não sei se por me sentir impotente perante todo este casario, umas lágrimas rolaram-me pela face de menino e mancharam este chão, que agora considero sagrado.
Tal como o Sol irrompe através de negras nuvens, também eu consegui vencer os meus injustificados receios. Passei a aceitar o Colégio como parte integrante da minha vida e aprendi a estimá-lo como um bom amigo. Nele encontrei o carinho, a afeição, os mil e um cuidados indispensáveis para afastar a terrível tempestade que se abatia sobre a minha mente.
E, confesso, se não fosse o Colégio hoje não seria o que sou. O meu desenvolvimento físico, ao longo de todo este tempo, foi espectacular – e eu sou a primeira testemunha. Quando para cá vim, mal conseguia andar sozinho, quase que andavam comigo ao colo. Hoje, sou um no meio dos outros. Aqui, entre os muros do Colégio, aprendi pouco a pouco o nada que hoje sei.
Todos, desde professores a colegas, passando por directores e empregados, contribuiram para o meu triunfo. Este medíocre e humilde artigo – não podereis contestar este facto, porque está bem evidente – é-lhes dedicado, de todo o meu coração.
Bem hajam!
Queluz, Maio de 1980 (10º B – Quimicotecnia)
Jorge Vargas
[Jorge Vargas tinha na altura da produção do texto 17 anos]
Num dia que me parece bem distante, mas que marcou profundamente a minha memória e a minha vida, transpus pela primeira vez o já tão familiar portão verde-escuro que todos nós conhecemos e estimamos. Foi a primeira vez que o Colégio violou a minha alma de criança ingénua. E, por mais inverosímil que pareça, nesse dia chorei. Não sei bem porquê, mas a verdade é que chorei.
Não sei se por me ver isolado no meio do que considerava uma imensidão maior do que o próprio Universo, não sei se por pensar nos problemas que se me deparavam, não sei se por me sentir impotente perante todo este casario, umas lágrimas rolaram-me pela face de menino e mancharam este chão, que agora considero sagrado.
Tal como o Sol irrompe através de negras nuvens, também eu consegui vencer os meus injustificados receios. Passei a aceitar o Colégio como parte integrante da minha vida e aprendi a estimá-lo como um bom amigo. Nele encontrei o carinho, a afeição, os mil e um cuidados indispensáveis para afastar a terrível tempestade que se abatia sobre a minha mente.
E, confesso, se não fosse o Colégio hoje não seria o que sou. O meu desenvolvimento físico, ao longo de todo este tempo, foi espectacular – e eu sou a primeira testemunha. Quando para cá vim, mal conseguia andar sozinho, quase que andavam comigo ao colo. Hoje, sou um no meio dos outros. Aqui, entre os muros do Colégio, aprendi pouco a pouco o nada que hoje sei.
Todos, desde professores a colegas, passando por directores e empregados, contribuiram para o meu triunfo. Este medíocre e humilde artigo – não podereis contestar este facto, porque está bem evidente – é-lhes dedicado, de todo o meu coração.
Bem hajam!
Queluz, Maio de 1980 (10º B – Quimicotecnia)
Jorge Vargas
[Jorge Vargas tinha na altura da produção do texto 17 anos]