Quando os 40 anos nos tocam e olhamos para trás, é natural que procuremos memórias, referências, imagens, amigos até.
Valsassina - o simples dizer desta palavra provoca-me uma emoção espinal. O coração bate, como bate o da nossa mãe quando nos abraça.
O Valsassina foi muito mais do que um colégio para mim. Arrisco mesmo a dizer que foi muito mais do que a minha segunda casa. O Valsassina foi o meu berço de ouro, o pasto onde durante tantos dias me aqueci, a porta que tantas vezes se abriu para o sol da vida, dando-me de comer e ensinando-me a ser Homem.
Entre os meus amigos, os meus professores e todos os empregados do colégio, senti-me como se todos os dias fossem Natal.
Havia coisa mais bela do que a nossa correria para o campo de futebol? - E as primeiras tentativas toscas de fazer uns pinos e umas cambalhotas? Havia sempre alguém que nos ajudava, que nos equilibrava.
Valsassina - o simples dizer desta palavra provoca-me uma emoção espinal. O coração bate, como bate o da nossa mãe quando nos abraça.
O Valsassina foi muito mais do que um colégio para mim. Arrisco mesmo a dizer que foi muito mais do que a minha segunda casa. O Valsassina foi o meu berço de ouro, o pasto onde durante tantos dias me aqueci, a porta que tantas vezes se abriu para o sol da vida, dando-me de comer e ensinando-me a ser Homem.
Entre os meus amigos, os meus professores e todos os empregados do colégio, senti-me como se todos os dias fossem Natal.
Havia coisa mais bela do que a nossa correria para o campo de futebol? - E as primeiras tentativas toscas de fazer uns pinos e umas cambalhotas? Havia sempre alguém que nos ajudava, que nos equilibrava.
Ano após ano, nós nunca éramos os grandes. Os grandes eram os outros. Aqueles que partilhavam o cheiro do eucalipto e a lama da montanha, mas que vestiam o papel de heróis por terem o símbolo do colégio ao peito. No Vólei, no Futebol, no Basket....e nós gritávamos incansavelmente Valsassina. Vencer o S. João de Brito era uma medalha no nosso curriculum.
Um dia cresci. Depois de fazer muitas cabanas, de jogar ao mundo, à carica, ao berlinde, ao bate pé (as nossas colegas eram as mais bonitas de Lisboa), cresci. Percebi que os olhares mais pequenos olhavam para mim. Eu era finalmente um dos grandes. Eu era o que sonhava ter sido. Não houve emoção como ter a quinta cheia e ouvir o Sr. Luis dizer: "metam a bola no pé esquerdo do Valadas que ele faz o resto"...Golo...a escola inteira a gritar e eu a correr para ele qual Mourinho de uma geração.
E um dia, veio o dia...crescido de mais, com o 11º ano feito, parti à conquista de outros mundos. A Católica era o meu próximo ponto de passagem.
As aulas acabaram antes do almoço. Iniciei a descida da rampa, com grande parte da minha turma, mas ao olhar para trás, não resisti. As lágrimas que deitei, ainda hoje florescem naquela terra.
Ali, parado, vi os meus amigos de infância, vi a minha Prof. Luísa Bensaúde e Carlota. Vi a Madame, vi a menina Júlia e a menina Helena e tantas outras que me deram sopa quando de cesto entrava no refeitório dos 3 anos.
Vi o Sr. António e o Sr. Aníbal, que já nos tinham deixado. Vi a minha querida Professora Maria Alda, o meu mestre de toda a vida Henrique Verol Marques, a Prof. Maria Elisa Prista, Maria Helena Guimarães e Teresa Lemos.
Vi o Prof. Lino, o João, o Larião, o Luis Claro, mas vi acima de tudo o meu querido Fifas.
Em segundos que olhei para trás, não consegui deixar de vos ver a todos, meus amigos, que comigo cresceram e se fizeram homens e mulheres. Naqueles segundos, eu sei que envilheci anos, mas guardei para sempre na minha alma, no meu coração, no meu corpo, as marcas dos dias mais fantásticos de toda a minha vida.
Aos meus Pais, agradeço a oportunidade que me deram. Aos meus filhos, peço perdão por não lhes proporcionar a mesma experiência. Aos meus Mestres, a promessa dos continuar a honrar com o meu saber e ética.
Aos que já nos deixaram, uma eterna saudade com particular destaque para a Sofia Camilo e o Prof. Frederico.
A todos, o testemunho de que não há honra maior do que ter dividido aquele espaço pertencendo todos à mesma família, crescendo ao vosso lado.
Viva o Valsassina!
Um dia cresci. Depois de fazer muitas cabanas, de jogar ao mundo, à carica, ao berlinde, ao bate pé (as nossas colegas eram as mais bonitas de Lisboa), cresci. Percebi que os olhares mais pequenos olhavam para mim. Eu era finalmente um dos grandes. Eu era o que sonhava ter sido. Não houve emoção como ter a quinta cheia e ouvir o Sr. Luis dizer: "metam a bola no pé esquerdo do Valadas que ele faz o resto"...Golo...a escola inteira a gritar e eu a correr para ele qual Mourinho de uma geração.
E um dia, veio o dia...crescido de mais, com o 11º ano feito, parti à conquista de outros mundos. A Católica era o meu próximo ponto de passagem.
As aulas acabaram antes do almoço. Iniciei a descida da rampa, com grande parte da minha turma, mas ao olhar para trás, não resisti. As lágrimas que deitei, ainda hoje florescem naquela terra.
Ali, parado, vi os meus amigos de infância, vi a minha Prof. Luísa Bensaúde e Carlota. Vi a Madame, vi a menina Júlia e a menina Helena e tantas outras que me deram sopa quando de cesto entrava no refeitório dos 3 anos.
Vi o Sr. António e o Sr. Aníbal, que já nos tinham deixado. Vi a minha querida Professora Maria Alda, o meu mestre de toda a vida Henrique Verol Marques, a Prof. Maria Elisa Prista, Maria Helena Guimarães e Teresa Lemos.
Vi o Prof. Lino, o João, o Larião, o Luis Claro, mas vi acima de tudo o meu querido Fifas.
Em segundos que olhei para trás, não consegui deixar de vos ver a todos, meus amigos, que comigo cresceram e se fizeram homens e mulheres. Naqueles segundos, eu sei que envilheci anos, mas guardei para sempre na minha alma, no meu coração, no meu corpo, as marcas dos dias mais fantásticos de toda a minha vida.
Aos meus Pais, agradeço a oportunidade que me deram. Aos meus filhos, peço perdão por não lhes proporcionar a mesma experiência. Aos meus Mestres, a promessa dos continuar a honrar com o meu saber e ética.
Aos que já nos deixaram, uma eterna saudade com particular destaque para a Sofia Camilo e o Prof. Frederico.
A todos, o testemunho de que não há honra maior do que ter dividido aquele espaço pertencendo todos à mesma família, crescendo ao vosso lado.
Viva o Valsassina!